LATIFÚNDIO


Francisco Perna Filho

















Na rua,
a esperança rui,
acalentada que fora,
em vão,
pelo guardador-de-carros,
que em acenos vários
contabilizara vagas
no pedaço de asfalto
que lhe coubera.
O vão da vaga,
o aceno em vão,
e o insone latifundiário
coloriu-se de asfalto
e sonhou semáforos,
apitos
e vazios.
Amou a leveza do estômago
que, passivamente,
soletrava
pão.


In. Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p.65.

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