Francisco Soares Feitosa - Poema


Architectura
                                                                                             
Um dia, Ela 
desenhará em chãos longínquos a casa só nossa,
que eu farei com estas mãos.


Os tijolos, eu os amassarei com os meus pés.


Às telhas —
hei de aprontar o barro mais macio,
e as formas serão por mim,
uma a uma, completadas;


Ela as alisará longamente — 
seus dedos molhados de um profundo silêncio:
só os pássaros.

Fortaleza, manhã de 19.11.1998


Imagem retirada da Internet: arquitetura 

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