Valdivino Braz - Poema


ESPELHAMENTO DO ENIGMA


O sanitário evacua-se no vaso solitário
dos poderosos.
Os acusadores sabem de si mesmos
no que não acusam — o rabo preso.
O que antecede o grito enigmático das almas?
O silêncio errático
no espetáculo das estrelas cadentes.
Uma salva de palmas.
Erradios poetas se desesperam
do que alimentam: esperança
que não se alcança,
armada até os dentes.


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